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Saúde

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16 de Junho de 2025

“Ele não tem visita”: como hospitais identificam sinais sutis que revelam maus-tratos contra idosos

Foto: Freepik

Uma fratura sem explicação, marcas antigas pelo corpo, o olhar cabisbaixo, o silêncio. Em muitos casos, é no hospital que os sinais de negligência ou maus-tratos contra pessoas idosas se revelam – nem sempre de forma explícita. “Às vezes o que chama atenção é o fato de o idoso estar internado há dias e não receber uma única visita”, relata Ana Paula Coutinho, assistente social do Hospital Municipal Evandro Freire, gerenciando pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Para além da escuta atenta, o hospital adota um protocolo rigoroso para investigar e notificar situações suspeitas, envolvendo uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.

Casos identificados são registrados, encaminhados à rede de proteção social e, quando necessário, notificados legalmente. “Nosso compromisso é garantir que esse idoso saia daqui não apenas medicado, mas protegido”, reforça Ana Paula.

No mês em que destacamos o Dia Mundial de Conscientização sobre o Abuso contra a Pessoa Idosa, lembrado em 15/06, o alerta é claro: a violência nem sempre deixa hematomas. Pode estar no esquecimento, no silêncio e até no cuidado que falta. E reconhecê-la é o primeiro passo para combatê-la.

Negligência e abandono são os casos mais comuns

De acordo com a assistente social Ana Paula Coutinho, as formas de violência mais frequentes entre os pacientes idosos atendidos na unidade são a negligência e o abandono.

“São pessoas que chegam desidratadas, desnutridas, sem medicação ou com escaras que poderiam ter sido evitadas com cuidados básicos. Em alguns casos, percebemos que o idoso não está sendo supervisionado nem assistido como deveria”, explica.

Embora casos de violência física ou psicológica também ocorram, a negligência costuma ser mais difícil de identificar. “Muitas vezes, os sinais estão nas entrelinhas. No discurso confuso do idoso, no silêncio constrangido do acompanhante, ou na falta de informações mínimas sobre a rotina e a saúde daquele paciente.”

Atendimento humanizado e articulação com a rede de apoio

Quando uma suspeita de violência é levantada, entra em ação o protocolo de atendimento a pacientes em situação de vulnerabilidade, que inclui avaliação multidisciplinar.

A equipe do hospital realiza escutas qualificadas e, se necessário, faz a notificação formal ao serviço de proteção social, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o Conselho do Idoso ou o Ministério Público.

“Não basta acolher e tratar. É preciso garantir que esse idoso tenha suporte ao sair do hospital. A articulação com a rede de apoio é fundamental para interromper o ciclo de violência”, afirma Ana Paula.

Além disso, o hospital também oferece orientações aos cuidadores e familiares sobre os direitos da pessoa idosa e os recursos disponíveis na rede pública.

Violência contra a pessoa idosa é crime

O Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003) estabelece que qualquer forma de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão contra pessoas com 60 anos ou mais é crime, e deve ser denunciada. A pena para quem abandona o idoso pode chegar a três anos de reclusão.

“Infelizmente, ainda existe uma naturalização da violência contra idosos. Muitos acham normal deixar o idoso sozinho o dia inteiro, não oferecer alimentação adequada ou tratá-lo com desdém. Nosso papel é mostrar que isso não é aceitável e que a sociedade tem mecanismos para intervir”, pontua a assistente social.

Como denunciar

Casos de violência contra idosos podem ser denunciados de forma anônima pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos), que funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. Também é possível acionar o CREAS mais próximo ou procurar a Delegacia do Idoso da região.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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