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08 de Agosto de 2025
Para algumas pessoas, o artesanato pode parecer apenas um trabalho manual, mas para outras, representa uma ponte de acesso ao convívio social, à autoestima e ao bem-estar emocional. Como é o caso de Maria Gilda e Eliana Pedrosa, frequentadoras do Grupo de Artesanato da UBS Altos de Santana, unidade gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São José dos Campos.
Criado em 2015, por iniciativa das agentes comunitárias de saúde da unidade, Amélia de Oliveira e Divina Goulart, o grupo se encontra todas às segundas-feiras para aprender, cultivar conexões e, muitas vezes, encontrar acolhimento em momentos difíceis.
Foi durante um treinamento na Secretaria Municipal de Saúde que a ideia surgiu. Amélia levou uma toalha bordada como exemplo de algo que gostava de fazer. A instrutora, ao ver o trabalho, sugeriu a criação do grupo, para reunir mais pessoas interessadas em produzir ou decorar objetos manualmente.
Pouco tempo depois, formava-se um grupo, não apenas composto por colaboradores que atuavam na unidade, mas também por pacientes que a frequentavam. Divina se juntou à iniciativa e passou a coordenar os encontros com Amélia. Desde então, o que começou com um bordado virou um espaço de reconstrução de vidas, sustentado por cuidado, afeto e parceria.
Maria Gilda (65), mineira, que reside em São José dos Campos há mais de 40 anos, é uma das integrantes. Sempre ativa e dedicada ao trabalho, ao se aposentar, viu sua rotina se esvaziar. Logo depois, enfrentou o luto por uma perda familiar marcante. “Sempre fui de levantar cedo, trabalhar. Quando me aposentei, fiquei sem rumo. E quando perdi uma pessoa muito próxima, tudo ficou mais difícil. O grupo chegou na hora certa. Lá, fui acolhida com carinho, fiz amizades verdadeiras e reencontrei alegria. Às vezes chego triste, mas saio renovada. É como se eu tivesse uma família ali.”
Maria passou a ir aos encontros semanais após a insistência de uma amiga do bairro. Apesar de já produzir crochê e alguns outros trabalhos manuais, se interessou pela atividade por um motivo: a companhia. “Eu não era muito de conversar, era mais fechada. Mas no grupo, a gente fala de tudo. Ri, aprende, desabafa. Aquele lugar é uma bênção. As meninas me abraçaram de um jeito que nunca mais me senti sozinha. Lá é meu refúgio”, conta.
Já Eliana Pedrosa (55), encontrou na iniciativa uma chance de reabilitação. Diagnosticada com artrite, artrose e síndrome do túnel do carpo, teve as mãos praticamente imobilizadas pela dor.
“Cheguei a não conseguir escovar os dentes. Minha mão travou completamente. Eu estava entrando em depressão, sem vontade de sair de casa. Minha irmã, que é a professora do grupo, me levou. No começo, foi difícil. Mas com o tempo, fui retomando os movimentos. Hoje, estou fazendo uma colcha. Uma colcha! Algo que achei que nunca mais conseguiria.”
Mesmo com dores constantes nos joelhos e cirurgias no quadril, Eliana não falta aos encontros. Vai de aplicativo de transporte, de carona e até com bengalas, determinada a não perder o ritmo. “Muita gente tem saúde e não sai de casa. Eu, com todas as minhas limitações, vou porque sei o quanto isso me faz bem. Os encontros me devolveram o prazer de viver. Lá, eu ganho carinho, incentivo, amizade. Isso não tem preço”, relata.
A professora mencionada por Eliana é sua irmã gêmea. Rosangela Pedrosa (55), paciente da UBS e voluntária, é crocheteira desde a juventude. Começou a dar aulas após ser incentivada pelas agentes comunitárias da unidade.
“Quando nos reunimos, todas somos iguais. A amizade, o cafezinho, a boa prosa... tudo ajuda a aliviar a dor, o isolamento. Tenho certeza de que o crochê é terapêutico. Minha irmã é prova viva disso. Ver as participantes melhorando é uma alegria que não cabe no peito”, compartilha.
Segundo Larissa Soares, gerente da UBS Altos de Santana, o projeto se alinha perfeitamente à missão do CEJAM e da unidade: promover saúde integral e humanizada. “Iniciativas como essa mostram o quanto a atenção básica pode ir além da consulta médica. O grupo de artesanato oferece acolhimento, pertencimento e esperança. São pessoas que se curam juntas, em cada ponto de crochê, em cada conversa.”
Além da produção de peças, que já foram exibidas em eventos da SMS, o grupo participa de rodas de conversa, encontros com nutricionistas, dentistas e outras ações de promoção à saúde. Mas o principal ganho continua sendo o fortalecimento emocional de quem encontra, ali, não apenas uma aula, mas um motivo para continuar.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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