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01 de Junho de 2015
A ampliação da frota de táxi de Curitiba representou uma oportunidade para que motoristas com deficiência pudessem exercer a atividade. Prevista em lei, a reserva de vagas para o chamado táxi especial firma o caráter social da licitação realizada em Curitiba. Aberta no fim de 2013, a licitação do táxi ampliou a frota de 2.252 para 3.002 táxis (aí incluídos os dois elétricos em teste na cidade). Do total de 750 vagas, apenas duas ainda não foram preenchidas em função de processo judicial.
Curitiba tem atualmente seis taxistas com deficiência e que trabalham sob o mesmo regulamento que os demais. Na licitação estavam previstas 20 vagas para o lote Táxi Especial, mas apenas seis foram preenchidas. As demais foram revertidas para o lote geral.
A abertura de vagas para motoristas com deficiência garantiu a realização de um sonho para a taxista Zeni Schernoveber, de 38 anos, que tem paralisia do membro superior direito. Zeni, que trabalhava como cobradora e dirigia de longa data, conta que várias vezes tentou ser taxista, como motorista substituta mas não obtinha autorização do DETRAN, em função da necessidade de adaptação do carro.
(Quando soube da licitação, os amigos começaram a me incentivar e eu fui achando que talvez pudesse realizar meu sonho. Ganhei o curso (obrigatório) de presente da minha irmã, fui juntando a papelada e consegui entregar a documentação em cima do laço, a uma semana do prazo), conta.
Com o carro com câmbio automático e volante hidráulico, devidamente autorizada, Zeni não esconde sua satisfação. (Trabalho o dia inteiro, de noite, fim de semana, feriado, se precisar é só me chamar), conta, entregando o cartão com um telefone exclusivo para atendimento a clientes. No carro tem garrafinhas de água, balas e chocolates, que garantem um agrado à freguesia.
Simpática e de boa conversa, Zeni diz não ter o menor problema com os clientes. (Só uma vez uma freguesa estranhou meu braço e demonstrou um certo receio. Eu disse ela que poderia chamar outro táxi sem qualquer problema, mas ela acabou ficando comigo e foi uma viagem muito boa), conta.
O taxista Claudeir Julio de Lima, de 48, também aproveitou a cota de vagas para passar de substituto a titular. Taxista desde 1996, ele só precisou de uma adaptação para poder acelerar com a perna esquerda, uma vez que parte da perna direita é prótese. Para facilitar, o carro com câmbio automático e volante hidráulico.
Trabalho sem qualquer problema e se a pessoa não perguntar, nem percebe a alteração. (Essa licitação foi uma coisa muito boa para a gente, é uma prova de que a pessoa com deficiência pode trabalhar como qualquer outra, só precisando das condições para isso), afirma.
O taxista Luiz Fernando de Lara Martins, de 57 anos, considera a licitação do táxi como um momento histórico na cidade. (Está valendo à pena não dividir mais o táxi como era antigamente. Essa vaga que é um marco para mim e para os colegas que participaram nesta licitação inédita), disse Martins, que sofreu um acidente no passado e tem poli traumatizado. Para facilitar seu trabalho, usa carro automático, que dispensa a troca de marchas.
Na mesma categoria, Simei Prantl dos Santos diz estar satisfeito com nova função. (Sempre tive amigos taxistas e acompanhava concursos que ofertavam vagas para pessoa com deficiência. Quando saiu o edital, não perdi a oportunidade e conquistei meu espaço), conta Santos que tem sequelas de poliomielite.
Táxi compartilhado
Além do táxi especial - que é dirigido por motorista com deficiência - Curitiba passou a contar com o táxi compartilhado - veículos adaptados que atendem prioritariamente clientes com deficiência ou dificuldades de locomoção.
São 19 táxis identificados na lateral e na traseira pelo símbolo internacional de acesso. Neles, o usuário de cadeira de rodas pode embarcar por uma plataforma elevatória elevatória na própria cadeira de rodas, viajando com conforto e segurança. Além de evitar o constrangimento precisar ser carregado no colo, no táxi compartilhado o usuário de cadeira de rodas tem acesso à janela e fica na mesma altura dos demais viajantes.
Fonte: Prefeitura Municipal de Curitiba
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