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19 de Dezembro de 2018
Giovana tem 35 anos e, pela primeira vez, depois de muito tempo sem trabalhar, ela conseguiu abrir sua própria quitanda próximo à Baixada do Glicério, em São Paulo. Há pouco mais de um mês no novo trabalho, ela se orgulha de acordar cedo de domingo a domingo para se dedicar à empreitada.
Em outubro, Giovana e mais sete colegas foram convidadas para participar do projeto Alimentando Corpo e Mente. Foi nesse momento que as perspectivas da jovem empreendedora, que passava por dificuldades financeiras, começaram a mudar.
Alimentando Corpo e Mente é um projeto do Instituto de Responsabilidade Social - CEJAM que nasceu para empoderar e capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social. Ao longo de sete encontros, foram desenvolvidas diversas atividades com as participantes, abordando temas como direitos e deveres das mulheres, saúde mental, orientações para uma alimentação balanceada, oficina de autocuidado, além de dicas de como se comportar em entrevistas de emprego.
Durante o encontro de encerramento do projeto, que ocorreu na última quarta-feira (19/12), Giovana se emocionou com a conquista. “Aprendi a perseverar nos meus sonhos. Esse grupo me ajudou a olhar para frente”, relata.
Já Gabriela, também participante do projeto, conta que as palestras e oficinas do Alimentando Corpo e Mente lhe ajudaram a enfrentar uma situação de violência policial. Ao voltar de um dos encontros, ela e a irmã foram abordadas, na região da Sé, por dois policiais militares que insultaram e chegaram a apontar armas de fogo para ambas.
“O policial achou que a gente não conhecia nossos direitos. Eu virei para ele e falei: ‘eu sei muito bem onde acaba o meu (direito) e começa o seu’”, diz Gabriela. Ela conta que foi liberada em seguida, junto com a irmã. “Aqui no projeto, a gente aprendeu a não desistir”, declara.
Histórias, desabafos e agradecimentos das oito integrantes do projeto foram compartilhados no encontro de encerramento, onde todas receberam um presente especial: fotografias do dia em que participaram da oficina de autocuidado, panetones e cestas básicas.
O encontro contou também com a presença de Suzana Lee, psicóloga voluntária do Programa Dr. Conforto, que conduziu uma palestra motivacional e de incentivo para que as participantes busquem realizar seus sonhos; além de Flávia Vieira, assistente social do IRS - CEJAM e idealizadora do projeto.
“Eu sempre quis trabalhar com temas de empoderamento e de direitos e deveres que pudessem ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social a aumentarem as chances de conseguir um emprego. Mas durante a elaboração do projeto, pude perceber que não é só o emprego que importa: precisamos preparar a pessoa como um todo”, declara Flávia. Para a assistente social, os resultados da iniciativa superaram as expectativas e há planos para que, futuramente, o projeto seja expandido também para as unidades de saúde gerenciadas pelo CEJAM.
Fonte: Bianca Ribeiro/ Assessoria de Comunicação
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