Aguarde...

09 de Março de 2015

Cadeirantes voam a 200 metros de altura

Você voaria de novo?) Essa é a pergunta que mais escuto depois da maluquice de subir a cerca de 200 m de altitude em um (paratrike) triciclo com estrutura bem simples, apoiado por um motor mais simples ainda e sustentado por uma vela-, tendo como piloto outro cadeirante como eu. De imediato, respondo que (nem a dólar) e brinco que tenho medo de cair e deixar de andar, ficar paraplégico. Porém, quando recordo as sensações inéditas que experimentei e a lembrança para a vida toda que construí, acho que repetiria a aventura, sim, mas com menos vento e sem rasantes, por favor. Fiz o teste, na carona, no último domingo (1°) na cidade de Salto (a 101 km de SP). (Tá conseguindo relaxar? Aproveita o visual, curte o vento), aconselha o meu piloto, o advogado Augusto Toledo, 49, que se acidentou com gravidade em 2003, justamente em um voo com vela. Lesionou a medula e se tornou cadeirante. Durante cinco anos, ele se preparou novamente para voar, inclusive para fazer voos duplos, (com mais técnica e cursos de segurança). Hoje, faz passeios semanais com o (paratrike) e, com a ajuda de técnicos, desenvolveu um outro equipamento, uma (cadeira de rodas voadora) em que faz saltos solos a partir de rampas localizadas em montanhas. Diferentemente do (paratrike), a cadeira voadora inventada pelo advogado não conta com nenhum motor de impulsão e estabilização, apenas com a força do vento e com o manejo da vela. (Preciso apenas de um empurrão, na saída. Caio lá do alto e aí é um voo como outro qualquer), diz Augusto. (No pouso, ter as rodas [da cadeira] ajuda muito, uma vez que posso chegar em um acostamento de rodovia ou em cima de um ninho de cupins. A cadeira me dá mobilidade, permite sair do local, recolher a vela e esperar a equipe). Ele começou a usar o novo equipamento há menos de um ano e já decolou com a invenção em montanhas do Chile e do interior de Minas. Não, na cadeira voadora não é possível fazer voos com mais de uma pessoa e, mesmo que fosse, eu jamais gostaria de provar, nem com toda a proteção de nossa senhora da bicicletinha. Talvez por eu ser fã de uma música da banda Karnak que diz: (Daqui do céu dá pra ver tudo/Os continentes desse mundo), solto no vento, lá no alto, os pequenos lagos, os carros na rodovia, os telhados e construções das cidades de Itu, Atibaia e Salto, de onde partimos, me pareciam uma imensidão. (É uma sensação incrível pra gente que vive sentado, não é? A dimensão do ar é a melhor que existe), diz Augusto, enquanto manobra a vela diante de uma corrente de vento que faz o (paratrike) balançar e o meu coração pular pela boca. É mesmo emocionante estar voando livremente na perspectiva de quem mal consegue atravessar uma rua da cidade porque não há rampas e as calçadas são destruídas. Por outro lado, é punk imaginar que nada muito concreto está te dando sustentação e que (capotar) no pouso ou ficar pendurado em uma árvore (é do jogo). Augusto desceu assim que minha cota de relaxamento zen acabou e pedi para aterrissar. Ele ainda fez uma graça descendo bem perto da cabeça dos cinegrafistas que registravam o fato.

Fonte: Jairo Marques

Deficiente Saúdavel Você Sabia

Compartilhe essa notícia

SEDE CEJAM

Rua Dr. Lund,41, Liberdade, São Paulo, 01513-020
(11) 3469 - 1818

INSTITUTO CEJAM

Rua Dr. Lund, 41, Liberdade, São Paulo, 01513-020
(11) 3469 - 1818

Prevenir é viver com qualidade!

O CEJAM quer ouvir você!
O CEJAM quer ouvir você!
Fechar
Escolha o que deseja fazer...
Informação
Denúncias
Elogio
Reclamação
Solicitação
Sugestão
Escolha uma opção...
Colaborador
Paciente
Ética, Complaice e Governça
Proteção de Dados-DPO
Redirecionando...
Voltar...
Contate a equipe de
Proteção de Dados (DPO) do CEJAM
Clique para enviar um e-mail.