Dentistas de Araguaína, no norte do Tocantins estão realizando o programa (O essencial é invisível aos olhos), criado para orientar deficientes visuais sobre cuidados bucais. A ideia faz parte de um projeto de extensão desenvolvido por três professores e dois estudantes de uma faculdade particular da cidade.
(Em meados de 1999, quando era estudante de odontologia, fazia estágio no Instituto dos Cegos do Brasil Central, em Uberaba. Lá nós desenvolvemos um manual de saúde bucal e também macro modelos. Vindo trabalhar na faculdade, convidei os alunos para participarem do projeto do qual eu sou coordenadora), conta a professora Elaine Andrade.
Durante o projeto foram desenvolvidos dois manuais, um em braile e outro para que os pacientes entendam a estrutura da boca, além de escovas de dentes e outros materiais para pacientes que não enxergam. O objetivo é que eles possam compreender o que é súde bucal.
(Estou descobrindo coisas como a importância da saúde bucal e da escovação), diz o adolescente Riquelme da Silva Lopes, de 14 anos. Ele é deficiente visual desde bebê e frequenta o consultório desde fevereiro desse ano.
(Os pacientes com deficiência visual, por trabalharem os dedos indicadores médios, para ler o braile, praticamente não usam os outros dedos e nem trabalham a mão. Por isso a gente fez a tecnologia assistida das escovas, pois o deficiente visual enxerga o mundo através do tato), explica Elaine.
(Para nós é algo muito bonito porque a gente vê a necessidade que eles sentem no Brasil porque eles não têm esse apoio, esse incentivo na higiene oral. Com os nossos materiais ele [Riquelme] se desenvolveu bem ), diz a estudante de odontologia, Isabela Maia
Coube ao protético Evaldo Oliveira reproduzir e ampliar modelos de estruturas bucais, como dentes, por exemplo. (Enquanto eu esculpia, fechava os olhos. Muitas vezes esculpia parte das estruturas de olhos fechados. Essa experiência me trouxe uma emoção muito grande.)
Fonte: g1