Dois atletas paralímpicos do halterofilismo fizeram uma demonstração do esporte na Academia Ápice, no bairro de Capim Macio, em Natal, Rio Grande do Norte, neste sábado, 27, como parte do projeto de conscientização e expansão da base de atletas preconizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.
Terezinha Mulato e João Maria de França participaram das atividades de abertura da segunda fase do Intercâmbio dos Centros de Referência e Desenvolvimento de Halterofilismo na capital potiguar. O evento tem a duração deste final de semana e foi dividido em duas partes.
A primeira, exibição para o público externo, na manhã deste sábado, na Ápice, uma das maiores e principais academias de ginástica de Natal.
A segunda, voltada para técnicos e atletas do halterofilismo no Estado do Rio Grande do Norte, ocorre no Centro de Referência de Natal, um dos oito existentes no Brasil. As atividades serão realizadas com os técnicos Carlos Williams, que também atua na Academia Ápice, e Valdecir Lopes. Eles debatem com treinadores e atletas sobre métodos de treinos, técnica utilizada no banco de provas e até controle antidoping. O fisioterapueta Adriano Faria ministra uma mesa-redonda sobre lesões no halterofilismo, no domingo, 28.
Terezinha, que tem atrofia nas duas pernas por sequela de poliomielite, foi a primeira brasileira a disputar uma edição dos Jogos Paraolímpicos no halterofilismo, em Sydney-2000. Ela discursou para os alunos da Ápice na manhã deste sábado, antes de apresentar-se no supino reto, com o equipe oficial de competições paralímpicas internacionais. Terezinha foi quinta colocada nos Jogos do Rio 2016, na categoria até 67 quilos e está classificada para o Mundial da modalidade, no final de setembro, início de outubro, na Cidade do México, capital mexicana.
(Se eu pudesse passar de casa em casa conscientizando todas as pessoas que conhecem pessoas com algum nível de deficiência, eu faria, mas como isso é improvável, acho que este tipo de exibição para o público externo só tende a crescer o nível de conhecimento das pessoas sobre o esporte paraolímpico e o halterofilismo), explicou Terezinha, após uma breve exibição levantando a barra de 50 quilos com extrema facilidade.
A personal trainer Natalia Figueiroa, que dá aulas na Ápice, tentou levantar a barra com peso idêntico ao de Terezinha, mas precisou da ajuda de colegas para competlar o movimento. “O que Terezinha nos apresenta aqui é o melhor incentivo para treinarmos e encorajarmos os demais com ou sem deficiência para nos dedicarmos à prática esportiva”, disse.
O lutador de jiu-jitsu Renato Costa Junior, aluno da Ápice, ousou e colocou 130 quilos na barra - peso que o também potiguar João Maria de França, atleta paralímpico que participou do evento, não teve dificuldade em levantar. “Conheço atletas com deficiência que treinam comigo no jiu-jitsu e sei da capacidade e força que eles têm. São incríveis e servem como grande inspiração”, comentou Junior.
O coordenador da academia, Marcelino Machado, celebrou a parceria do CPB e os ensinamentos tirados após a exibição dos atletas na manhã de sábado: “É edificante ver essa galera paralímpica tirando de letra as dificuldades da vida e se tornando grandes vencedores e exemplos. Certeza que todos saíram com uma visão diferente da vida e do esporte após as lições de hoje”, afirmou Machado.
Da parte do CPB, Felipe Dias contou aos alunos da academia um breve histórico da modalidade, exibiu vídeos com informações sobre o cenário atual do esporte paralímpico no país e comemorou pelo dia de exibições. “Nosso intuito é de tirar o esporte paralímpico de dentro do movimento e leva-los a mais pessoas, disseminando as nossas culturas em diversas regiões para crescermos de forma sustentável”, disse Dias.
Ainda neste ano, haverá mais três etapas do intercâmbio de halterofilismo no Brasil: Amazonas, Santa Catarina e São Paulo.
SERVIÇO
II fase do Intercâmbio dos Centros de Referência e Desenvolvimento de Halterofilismo.
Data: 26 a 28 de maio
Local: Centro de Referência de Natal (RN) - Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - DEF/UFRN. Sala de aula 2. Av. Senador Salgado Filho, 3000, Campus Universitário - Lagoa Nova.
Tratar com Carlos Williams: 84 99413-4540
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro