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05 de Setembro de 2018
Falar sobre suicídio significa quebrar um tabu, eliminar o preconceito e, principalmente, prevenir mortes. E é no mês de setembro que profissionais de saúde convocam a sociedade para abraçar uma mobilização que salva vidas. Conhecida como Setembro Amarelo, a campanha mundial visa conscientizar a população sobre este tema tão delicado e necessário.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o suicídio já seria a segunda principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos. No Brasil, o número de casos aumentou 65% entre pessoas de 10 a 14 anos e 45% no grupo que vai dos 15 aos 19 anos (entre 2000 e 2015), enquanto, na média geral da população, o aumento neste período foi de 40%.
Profissionais que estudam o assunto costumam apontar como principais fatores de risco a dificuldade de lidar com frustrações e decepções, o sentimento de não pertencimento, a pressão social pelo sucesso e pelo corpo perfeito, desesperança em relação ao futuro e, principalmente, a falta de suporte familiar.
Muitos jovens com ideação suicida (ato de pensar e até planejar o suicídio) recuam pelo medo de magoar pais, avós, irmãos, etc. Segundo o Dr. Décio Gilberto Natrielli Filho, psiquiatra do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil II M’Boi Mirim, “a família precisa ficar atenta a tais sinais, sobretudo se o jovem apresentar tristeza prolongada, mudança brusca de comportamento e agressividade”.
SETEMBRO AMARELO
Para conscientizar e alertar a população sobre essa realidade, as Unidades Básicas de Saúde e os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) gerenciados pelo CEJAM realizarão palestras e rodas de conversa com orientações sobre prevenção, identificação e ajuda a pessoas com potencial para suicídio.
O CAPS Infantojuvenil II M´Boi Mirim deu início na última segunda-feira (03/09) a uma série de atividades sobre o tema. Nesta terça-feira (04/09), aconteceu uma roda de conversa com o psiquiatra Dr. Décio Gilberto Natrielli Filho, que falou sobre os fatores que podem levar ao suicídio, quais os sinais apresentados por alguém com ideação suicida e como abordá-lo, além de mitos e verdades sobre o assunto e a automutilação.
“O objetivo é o de alertar a população a respeito desta realidade e a identificação dos sinais para prestar ajuda. As pessoas anunciam que vão cometer o suicídio. Ela vai alimentando a ideia até o ponto de consumar o ato. Esse processo pode ser quebrado com um olhar cuidadoso: além da conversa e atenção, a ajuda especializada de psicólogos, psiquiatras, enfermeiros e do serviço social são fundamentais”, afirma o médico.
“Temos uma experiência muito rica do Setembro Amarelo. Quando envolvemos os usuários do CAPS e seus familiares, eles acabam falando sobre suas experiências com o assunto, sejam pessoais ou de conhecidos que tentaram o suicídio. Assim, a gente estimula a discussão e a reflexão sobre um assunto que no passado não era falado”, diz a gerente do CAPS, Fabiana Méa Cury.
Fonte: Assessoria de Imprensa CEJAM
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